Apresentam uma forte heterogeneidade em termos de dimensão, com o predomínio de pequenas e médias empresas (PME), mas também grandes empresas, e em termos de setores de atividade e níveis de profissionalização da gestão e governação. Constituindo a base predominante do tecido empresarial da maioria dos países, assim é  inegável a contribuição económica e social das empresas familiares. Com efeito, muitas assumem uma inscrição local significativa, traduzindo um compromisso com o desenvolvimento e a coesão territorial. Além disso, famílias empresariais e empresas familiares expressam a relevância da transmissão (inter)geracional de conhecimentos, saberes e valores que contribuem para uma maior resiliência deste tipo de realidade empresarial.  

Todavia, um dos maiores problemas que as empresas familiares enfrentam é a falta de visibilidade institucional, onde não existem ainda estatísticas oficiais precisas e atualizadas sobre este sector da economia. Em Portugal, prevê-se que as empresas familiares possam representar entre 70% a 80% das empresas nacionais, absorvendo 50% da força de trabalho e contribuindo para 2/3 do produto interno bruto. Todavia, não se consegue precisar quanto das Pequenas e Médias Empresas podem ou não ser empresas familiares e caso o sejam desconhecem-se as suas dinâmicas no contributo (potencial) para os mercados nacional e internacional. De modo a se superar este obstáculo, importa desenvolver conhecimento exaustivo e investigação consistente sobre o perfil das empresas familiares, assegurando a sua visibilidade, contribuição no mercado e na economia, na inovação e formação e, acima de tudo, na coesão social e territorial.

Tendo em conta a parceria entre o Centro Interdisciplinar em Ciências Sociais, Polo UMinho (CICS-UMinho) e a Associação Empresarial de Portugal (AEP), este projeto cruzará dados estatísticos convencionais (nomeadamente económicos e financeiros) com informação mais aprofundada, como, por exemplo, modelos de governação e sucessão, organização empresarial e perfis dos recursos humanos. Tal implicará um mapeamento das empresas familiares por distrito, que permitirá a atualização dos dados sobre este sector económico e o reconhecimento do seu impacto financeiro e de criação de emprego no mercado junto das entidades governamentais e económicas. Os dados ficarão disponibilizados no site oficial online criado para o efeito e com acesso gratuito na plataforma LASICS - ICS (Universidade do Minho), que permitirá a consulta para a elaboração de estudos posteriores nesta área.